Olá, me chamo Fátima Laplaca, e gostaria de compartilhar com vocês, brevemente, uma parte da minha história.

É difícil falar sobre nós mesmos, porém, não é apenas sobre mim que quero falar, e sim sobre todas as pessoas que têm ou tiveram o diagnóstico de alguma doença, cujo domínio não está em suas mãos.

Tudo fica mais urgente quando você percebe que os seus sonhos futuros e todos os seus planos podem simplesmente não acontecer; mas além disso, também quero falar que acima de tudo temos um Deus que pode mudar tudo num piscar de olhos!

Vamos lá, vou tentar… risos

Tive diagnóstico de câncer de mama em 2010, quando o sinônimo de câncer era morte. Tenho 3 filhos, e nessa época estavam em idade escolar, meu primeiro pensamento foi não vou ver eles se formarem, mas ao mesmo tempo consegui agradecer a Deus pelos anos que já havia vivido, foi quando tomei um posicionamento: vou lutar até o fim, vou fazer tudo que for possível; e o impossível vou deixar nas mãos de Deus.

Passado a cirurgia e todos os processos do tratamento, já me sentia melhor, mas minha cabeça ainda tinha muitas dúvidas, foi quando decidi procurar um grupo de apoio, para conversar com outras mulheres que estivessem passando a mesma situação, procurei um grupo de apoio, e encontrei a Ana Maria no Orkut (esse mesmo…kkk) mandei mensagem e pensei que nunca teria resposta, mas para minha surpresa, ela não só respondeu minha mensagem, como me convidou para ir ao Café Girondino participar de um grupo com outras mulheres. Ao chegar no café muitas meninas já estavam sentadas ao redor da mesa, e a Ana, não muito discreta (kkk) levantou e gritou meu nome bem alto no meio do salão, e me deu um abraço – daqueles que vou viver 100 anos e nunca vou esquecer, porque a sensação de acolhimento que tive foi indescritível, e desde aquele dia não desgrudei mais dela, e pude participar de vários eventos, como paciente.

Eu tenho para mim que nada é por acaso, Deus tem um propósito em tudo, e acredito que a experiência que vivi foi muito válida, me ensinou muitas coisas, e uma delas é, sem dúvidas, dar mais valor à vida, porque o tempo é uma das coisas mais preciosas que temos, e não devemos desperdiçá-lo em coisas que não vão nos levar a lugar algum… Eu entendi que podia usar meu tempo, e ser útil para ajudar outras mulheres que estão passando pela mesma situação, foi quando decidi ser voluntária e fazer parte do Instituto AMOR ROSA desde sua fundação – algo que tenho muito orgulho em pertencer.

O restante da minha história está sendo escrito a várias mãos, a principal – que é a mão de Deus – e a de todas as pessoas que fazem parte da minha vida: meus familiares, meus amigos, Ana Maria, e todos pacientes e voluntários, pois sempre digo que somos a “Família Amor Rosa”!